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CIAS: Novas abordagens aperfeiçoam o ensino bíblico para crianças e adolescentes com deficiência

Foi oficializado um trabalho especialmente voltado para crianças e adolescentes deficientes

Uma reunião na sede do Presbitério da Igreja Cristã Maranata (ICM), em Vila Velha, ES, oficializou um novo momento para esta igreja no que diz respeito ao ensino das crianças, intermediários e adolescentes (CIA's). O encontro aconteceu no dia 26 de agosto de 2019 e contou com a presença de professoras das classes e pastores. O objetivo foi informar sobre o preparo de novas abordagens para o trabalho de CIAS a serem aplicadas nas igrejas, em especial com relação às crianças e aos adolescentes com algum tipo de deficiência.

Na oportunidade, o presidente da ICM Pr. Gedelti Gueiros introduziu o assunto falando sobre a preocupação da ICM com as crianças no contexto em que o mundo vive. “Onde a igreja tem chegado, ela tem encontrado as dificuldades que o mundo está vivendo. E a nossa grande preocupação, de muito tempo, é com as crianças. As crianças têm sido vítimas”, constatou.

Em seguida, o presidente convidou para abordar as iniciativas que têm sido desenvolvidas a integrante da ICM de Carlos Prates (MG), Maria Amin, que é pediatra com atuação na área da neurologia da infância e adolescência e pós-graduada em Saúde Mental da infância e adolescência, Educação Inclusiva e Libras.

Maria Amin explicou que, primeiro, começou a assistência ao surdo e surdocego. A partir dessa iniciativa surgiram outras necessidades. Em 2019, deu-se início a um trabalho de assistência a crianças e adolescentes cegos em alguns pontos do país. Sobre isso, ela esclareceu: “O presbitério adquiriu uma impressora em Braille, então todo trabalho das classes, quando solicitado, é impresso em Braille e enviado para as crianças, intermediários e adolescentes. Isso é só sob demanda e vai via correio todo mês, com antecedência mais ou menos de uma semana”.

Três novas abordagens

Uma das propostas trabalhadas no momento atual é a adaptação do material das aulas da Escola Bíblica Dominical para acessibilidade de outros grupos de deficiência. “Agora vamos ampliar para as crianças do espectro autista, com deficiência intelectual, com paralisia cerebral, Síndrome de Down, todas as deficiências.”, afirmou a Drª Maria Amin.

Além disso, o trabalho contará com outra novidade: a publicação de livros infantis com ênfase na Palavra de Deus, os quais serão disponibilizados nas opções de áudio livro e Libras. A criança ou adolescente cego que desejar também poderá solicitar o material em Braille. Esses conteúdos são para leitura em casa, a fim de reforçar a doutrina e conhecimento da Palavra. O acesso será possibilitado pela criação de um site específico, cujo endereço será divulgado em breve.

A terceira linha de atuação é com as crianças típicas, com o objetivo de promover saúde mental desde a infância e prepará-las para uma vida de autonomia. Essa abordagem irá abranger os pais, no sentido de prestar assistência e dar orientações com relação à criação dos filhos. Nesse aspecto, a Drª Maria Amin explanou: “Tem o viés espiritual, que vai sempre estar em foco, mas também de preparar a criança para ser um cidadão que tem uma boa atuação na sociedade”. Essa preparação envolve tanto os filhos quanto os pais.

Para fundamentar o projeto, Maria Amin assegurou: “Nós vemos acontecendo na igreja um reflexo do que está acontecendo no mundo: pais despreparados para educação dos seus filhos. Nós estamos vendo os reflexos nas crianças. O projeto visa tampar essa lacuna e preparar os pais na criação dos seus filhos, tanto no sentido de educação mesmo, de comportamento social e familiar, mas também espiritual, uma coisa está atrelada a outra”.

Orientações para as professoras de classes

Esse trabalho será feito pelas mesmas professoras que ministram os estudos com as crianças e os adolescentes típicos. Elas receberão suporte a partir do material adaptado – e a forma de usá-lo nas igrejas. Para isto, estão sendo produzidas cartilhas com orientações específicas, divulgadas no site voltado para o ensino de CIA's da ICM. Já estão disponíveis duas cartilhas: “Acolhendo na igreja a criança, intermediário e adolescente com deficiência”; e “Transtorno do espectro autista”. Para acessa-las, clique aqui

Sobre a participação das professoras, Maria Amin constatou: “Contamos com a ajuda das irmãs em colocar em prática esse trabalho e em nos devolver com críticas, opiniões, que é assim que nós vamos crescer”.

A prática do trabalho

A professora Janaina Zumach, da Igreja Cristã Maranata de Praia da Costa III, em Vila Velha (ES), já leciona as aulas para crianças e adolescentes que possuem algum tipo de deficiência desde março de 2019, quando esta classe foi formada na ICM onde congrega. A primeira aula foi no seminário de CIA’s e, desde então, a iniciativa tem sido aperfeiçoada. Atualmente, as reuniões são feitas durante a Escola Bíblica Dominical (EBD). No que diz respeito aos períodos de integração desta classe com as crianças típicas, Janaina apontou: “No templo ficam todos juntos, tanto antes de entrarem para as aulas quanto no retorno, cada um nas suas respectivas classes. Uma inclusão maior com as crianças típicas se dá no período de louvor. Também nos ensaios de louvores eles participam todos juntos. Mas, para o ensino bíblico, eles têm a sala deles separada”, explicou.

Janaina descreveu a realização desses ensinos para crianças com deficiência: “As aulas têm características específicas, com base no que o Senhor Jesus mostrou, como também colocando em prática todas as orientações contidas nas Cartilhas 1 e 2, disponibilizadas pelo Presbitério. Todo o desenvolvimento (processo) da aula segue uma rotina, a qual é apresentada no início da aula, trazendo a eles acolhimento, segurança e  equilíbrio de suas emoções. Para reforçar o ensino bíblico fazemos atividades apropriadas, como: encaixe (quebra-cabeças), sombreamento (relacionar as imagens correspondentes), jogo da memória e escritas (ligar, circular, passar por cima).” 

Tendo acompanhado o trabalho desde sua inserção, Janaina pontuou alguns resultados alcançados nesses meses: “com o ambiente adequado, eles foram se familiarizando e isso refletiu em um comportamento muito melhor, com mais tranquilidade e um convívio social melhor, tanto entre eles quanto com as crianças típicas e professores. Com relação aos louvores, mesmo com suas limitações, eles tocam instrumentos de percussão e fazem alguns gestos. Para o honra e Glória do Senhor Jesus, eles já respondem algumas perguntas relacionadas ao estudo aplicado, seja apontando para as imagens, só com uma palavra ou com pequenas frases. Temos alguns alunos que pedem para glorificar e, mesmo com sua linguagem estereotipada, própria, conseguimos entender algumas palavras, levando-nos a sentir a plena presença do Espírito Santo e vendo como são instrumentos nas mãos do Senhor”, destacou Janaina, ressaltando, ainda, que esses comportamentos não eram comuns antes do estabelecimento da classe específica.

A iniciativa tem gerado um bom retorno não apenas para a classe que é o principal alvo do trabalho. Janaina complementou pontuando os resultados positivos notórios com os grupos de convivência: “Temos ouvido os testemunhos dos pais, que glorificam ao Senhor por esse presente que tem sido o trabalho realizado com seus filhos, no qual eles se sentem seguros e podem ver todo crescimento espiritual e também em sua vida secular. O trabalho também traz benefícios às demais crianças (típicas) sendo mais solidária e amando mais o seu próximo independentemente das diferenças”, evidenciou. 

Dessa forma, os métodos de ensino para crianças, intermediários e adolescentes têm sido aperfeiçoados conforme as necessidades vigentes. 

Confira fotos da reunião no Presbitério! 

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